Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos
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Este Blogue Tem Como Objetivo Dinamizar a História, Lendas, Tradições e, a Defesa do Património Cultural e Arqueológico das Terras de Capelins - Alandroal
quinta-feira, 7 de março de 2024
Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos
sexta-feira, 1 de março de 2024
O Padre da Igreja Matriz de Santa Maria de Ferreira em 1424
O Padre da Igreja Matriz de Santa Maria de Ferreira em 1424
terça-feira, 20 de fevereiro de 2024
Moinho das Neves - 2
Os Moinhos de água da Freguesia de Capelins
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
História da Vila de Terena, pelo Padre António Carvalho da Costa em 1708.
História da Vila de Terena, pelo Padre António Carvalho da Costa em 1708.
domingo, 11 de fevereiro de 2024
Memórias da importância dos poços de água, em Capelins
Memórias da importância dos poços de água, em Capelins
Conforme podemos verificar no que conhecemos da história de Capelins, quanto às estruturas sociais de apoio aos povoadores, em tempos remotos não existiam poços de água nesta região, talvez apenas uma ou duas "noras", parece que, da época da ocupação dos árabes, porque, as Fontes de água com bons nascentes, com poucos metros de profundidade, jorravam água todo o ano que, abasteciam a população, quanto à água para os gados, havia chaboucos e pedreiras e, alguns bebiam nas Ribeiras e no Rio Guadiana.
Nos Registos Paroquiais, dos nascimentos, casamentos e óbitos, verifica-se que, na centúria de 1600, a Freguesia de Santo António de Terena, era assim que se chamava, atingiu um grande número de moradores, talvez mais de mil, depois, devido às várias guerras com os vizinhos castelhanos, principalmente a da Restauração, 1640-1668, esta Freguesia ficou quase despovoada até aos finais da centúria de 1600, começando a recuperar após a venda das herdades da Freguesia a particulares e da chegada da Casa do Infantado em 1698, no entanto, nessa época, não havia necessidade de mais água.
A partir do início da centúria de 1900, pensamos que, não só, pelo aumento da população, que atingiu o auge na década de 1950, mas também pela mudança climática, com os sucessivos anos de seca os níveis freáticos baixaram e, os nascentes das Fontes começaram a diminuir, sendo necessário a abertura de poços que fossem ao encontro da água, cada vez a maiores profundidades, alguns nasceram de pedreiras, lugares onde era arrancada pedra de xisto para construção e à medida que as aprofundavam para arrancar pedra, começava a surgir água, mais tarde, algumas foram transformadas em poços, os quais, geralmente tinham de cinco até dez metros de profundidade, com excepção de alguns, como o poço da bomba, da Junta de Freguesia de Capelins que, foi levado a uma profundidade de cerca de vinte metros e com duas galerias laterais.
A maioria dos poços de água eram construídos em lugares previamente escolhidos por vedores, os quais, com uma vara de oliveira ou de metal encontravam as chamadas veias de água e marcavam o lugar do poço que era aberto cavando manualmente até à profundidade que garantisse muita água, depois era empedrado, começavam a fazer uma parede em redondo a partir do fundo, pondo pedra de xisto sobre pedra, sem cal, barro ou cimento para não poluir a água e subiam a dita parede até ao gargalo, ou seja, a parede subia até pelo menos um metro acima do nível do solo e nesse redondel à superfície levava uma pedra de xisto da mesma altura do gargalo bem encaixada no mesmo e que permitia aos utilizadores chegar à frente para tirar a água do poço.
Os poços de água no perímetro da Aldeia de Ferreira, surgiram por necessidade de abastecimento de água à população, aos animais e para rega de hortas e arvoredo e durante a referida centúria surgiram mais de quarenta poços, além de algumas pedreiras e chaboucos que forneciam água para lavar a roupa das famílias, para dar de beber aos animais e para rega.
A maioria das Fontes de água que existiam na proximidade da Aldeia, acabaram por desaparecer, talvez porque, os poços eram tantos em seu redor que lhe tiraram a pouca água que ainda tinham até ao princípio do verão, num vale do Gomes existiam quase em linha oito poços, e desde o Monte da Cruz junto ao Ribeiro do poço do chorão e da Aldeia, até ao poço da estrada, cerca de quinze poços.
Como diziam os nossos ancestrais: - "A água não se negava a ninguém", fosse um copo, um cântaro ou um balde, então, os donos dos poços na Aldeia de Ferreira, quase todos, de boa vontade, deixavam os vizinhos abastecer a sua casa de água a partir dos seus poços, pelo que, de manhã cedo ou à tardinha, depois de um dia de trabalho no campo, assistia-se ao corrupio de mulheres a correr aos poços encher dois cântaros de barro, levavam um à cabeça em cima de uma rodilha e outro debaixo de um braço e um balde cheio de água na outra mão, em passo largo, quanto mais perto de casa fosse o poço, melhor seria, porque ao chegar a casa tinham de fazer a ceia (jantar) para toda a família, fora das épocas sazonais do trabalho, continuavam a ir ao poço, mas com mais vagar, podiam dar umas lérias e trocar as novidades entre elas, junto ao mesmo.
Alguns destes poços, como o poço do chorão, eram lugares estratégicos para encontros de namorados, era junto deles que, à pressa, porque as mães das raparigas controlavam o tempo, que se viam, falavam e se pudessem, davam uns beijos e, no caminho entre as casas e os poços, os rapazes que pretendiam uma rapariga saíam-lhe ao caminho e diziam-lhe que estavam interessados nela e assim surgiram alguns namoros que deram em casamento.
Na Aldeia de Ferreira, até ao ano de 1958, quando a Junta de Freguesia mandou abrir o poço da bomba, foi o poço do chorão o maior fornecedor de água à população, embora fosse mais à de Capelins de Baixo, enquanto a de Capelins de Cima recorresse mais aos poços, da ti Maria Russa, da ti Gertrudes "Alha", do ti José "Anão" e do ti Manuel "Rato" ou do telheiro, assim designado por ter um forno de cozer tijolos e telhas a poucos metros, e outros poços.
A partir do ano de 1974, com a chegada da água canalizada à Freguesia de Capelins, os poços de água começaram a perder a sua importância e, a maioria, atualmente estão abandonados.
Fim
Texto: Correia Manuel
Poço do Chorão - Aldeia de Ferreira
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024
Memórias das mensagens de Natal, dos militares na guerra colonial
Memórias das mensagens de Natal, dos militares na guerra colonial
A guerra colonial portuguesa, entre 1961 e 1974, deixou marcas profundas na sociedade dos países envolvidos, porque, a maioria dos militares eram rapazes na flor da idade, aos quais, foi roubada a mocidade, sendo obrigados a participar numa guerra que não lhe dizia nada, com sacrifício da própria vida.
Quando partiam para uma das três frentes da guerra, deixavam a sua Aldeia, Vila ou Cidade, a família, emprego, namorada, ou seja, tudo o que tinham construído até àquela idade ficava desmoronado e em alguns casos para sempre, e partiam na incerteza de quando e como voltavam, se com vida, mutilados ou afetados psicologicamente para o resto dos seus dias, como aconteceu com alguns.
Muitos militares, nunca tinham saído das suas pequenas localidades, a não ser, em visita a outras mais próximas, mas tentavam ser fortes perante os companheiros de guerra e não dar parte de fracos, mas além de todas as agruras existia a saudade de todos e de tudo que tinha deixado aqui, como também, os que cá ficavam sentiam por eles, que ainda sentiam mais a sua falta pelo Natal, por isso, o governo de então, encontrou uma forma de aliviar as saudades que, não era remédio, mas todos desejavam participar nesse evento, o qual consistia em mostrar os militares na Rádio Televisão Portuguesa (RTP) a enviar uma mensagem de Natal aos seus familiares, namoradas, amigos e população da sua terra.
Como eram muitos milhares de militares dos três ramos das forças armadas a gravar a sua mensagem, o processo da gravação iniciava-se muito tempo antes do Natal, porque os profissionais da RTP, na maioria dos casos, tinham de se deslocar ao interior, ao chamado "Mato" e, havia muito tempo para enviar um aerograma ou carta às famílias a participar o dia da sua transmissão, que a RTP começava a exibir, talvez uns quinze dias antes do dia de Natal, num horário programado.
Como referimos noutras publicações, até ao ano de 1971, não existia eletricidade na Freguesia de Capelins, pelo que, os poucos televisores existentes, estavam associados às tabernas e funcionavam com a corrente elétrica gerada por um motor a diesel, não havendo televisores nas casas dos moradores, pelo que, nas noites que, estava marcada a transmissão da mensagem de um militar desta Freguesia na televisão, o recinto onde estava instalado o televisor esgotava, embora as mensagens dos militares tivessem a duração de, cerca de 30 segundos, os espetadores, estavam com os olhos fixados no televisor o tempo todo, porque muitas vezes, apareciam militares conhecidos de outras localidades do Concelho do Alandroal.
As mensagens dos militares eram muito semelhantes, podiam ter, uma ou outra palavra diferente, mas dentro do mesmo contexto, sendo mais ou menos assim:
- Para Alandroal;
- Ferreira de Capelins;
- posto e nome;
- Para os meus pais, ou esposa, ou namorada e família, desejo Feliz Natal e Próspero Ano Novo;
- Adeus até ao meu regresso.
Pouco mais se ouvia além destas palavras, porque a RTP cortava o que não convinha ao governo, e em grande velocidade iam desfilando centenas e centenas de militares, por vezes, havia pessoas que nem tinham tempo para reconhecer o seu filho ou neto e nem pela voz, porque na televisão ouvia-se diferente, e como nesse tempo não existia replay nem gravadores de video, estava consumado, valiam-lhe os comentários dos mais atentos que lhe repetiam palavra a palavra, e os familiares ficavam mais confortados.
As mensagens de Natal dos militares de Capelins, eram tema de conversa por uns tempos, nas tabernas, nos trabalhos e, em qualquer ajuntamento, comentavam como os tinham achado, mais magros ,ou mais gordos, mais velhos, ou mais novos, mais isto, menos aquilo e, principalmente o que eles tinham dito na mensagem.
No ano seguinte, por altura do Natal, repetia-se este cenário, com algumas alterações dos dois lados, do lado de lá e do lado de cá, alguns militares já tinham regressado e até podiam estar ali presentes, estavam lá outros no seu lugar, e do lado de cá, alguns já tinham ido prestar contas a Deus e, também já ali não estavam, mas a guerra continuou lá até 1974.
Fim
Texto: Correia Manuel
Aldeia de Ferreira - Capelins
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024
Memórias das Festas de Santo António de Capelins
Memórias das Festas de Santo António de Capelins
Existem indícios de que, as Festas em honra de Santo António de Capelins, tiveram início, logo após a construção da Igreja, na data em que foi benzida, talvez finais da década de 1540 ou início da década de 1550, quando, também foi criada a Freguesia de Santo António, mas a verdade é que até agora somente encontramos provas já no decénio de 1570 em São Pedro de Terena, porque antes, não existiam Registos Paroquiais, mas conhecemos outros documentos que nos indiciam essas datas, no entanto, quanto às ditas Festas não conhecemos como eram os programas até 1859, quando um romeiro, que pensamos era arqueólogo, veio assistir às Festas de Santo António e ficou maravilhado.
O romeiro como lhe podemos chamar, assistiu às Festas em Santo António de Capelins, no Sábado e Domingo dias 3 e 4 de Setembro de 1859 e, conta que percorria muitas Festas por toda a região, mas nunca tinha visto nada assim, foi a primeira e a última vez que assistiu a umas Festas como estas, e escreve que foi como se achasse um monumento de arqueologia, e que disse para os seus botões: - Eis aqui em Santo António de Capelins, o resto do que há dois ou três séculos se fazia pelas Vilas e Cidades mais notáveis!
Podemos deduzir que, dois ou três séculos antes, estas Festas de Santo António, realizavam-se desta maneira e, o romeiro continua a descrevê-la:
"Detrás da Igreja Paroquial estava preparada a arena com paus levantados e cordas postas através delas onde se penduravam com fitas, pombos e frangos para os galhardos cavaleiros, correndo a toda a brida com a lança em riste, botarem aquelas aves, o que só logravam os mais peritos que, ufanos, iam ofertar na ponta da lança a pessoas amigas o frango ou pombo trespassado. Nos intervalos tocava uma filarmónica sobre um terraço junto da arena."
Podemos imaginar este espetáculo realizado na tarde de sábado dia 03 de Setembro de 1859, eram as cavalhadas que chegaram até ao decénio de 1960 e que muitos dos nossos ancestrais nos contavam da mesma maneira que é descrita pelo dito romeiro, e escreve que os frangos ou pombos que os participantes conseguiam tirar do cordel com uma lança e eram oferecidos aos amigos, familiares e às namoradas, sendo uma imitação dos torneios da Idade Média, por isso, a população também lhe chamava torneios, porque era uma disputa.
Ainda nesses tempos de outrora, à noite havia fogo de artifício, uma banda tocava e havia bailes abrilhantados por um grupo ao qual chamavam Jazz e Banda, por isso, aqui acodiam romeiros/as de toda a região.
O romeiro continua a descrever: - No dia seguinte, Domingo dia 04 de Setembro de 1859, saiu a procissão de Santo António e teve então lugar de ver pela primeira e última vez danças religiosas, semelhando a do Rei David que, como todos sabem, dançou em frente da Arca da Aliança ao som do seu psaltério quando ela foi trasladada para o Monte Sião em Jerusalém. Quatro homens (se bem lembrado estou) de saiotes e mitras na cabeça com tufos de fitas e guitarras nas mãos dançavam constantemente diante do andor, indo sempre de recuas para lhe não darem as costas!
Como já escrevemos noutras ocasiões, neste ritual, existia uma mistura da cultura e religião judaica com a cristã, assim, de forma dissimulada, conseguiam enganar os cristãos que, não se apercebiam daquela envolvência, foi assim que, alguns costumes judaicos na Freguesia de Capelins chegaram até hoje.
O romeiro não esqueceu estas Festas de Santo António e, vinte e um ano depois, em 1880 voltou, mas já era tarde, a procissão já não era igual e, os saiotes e as mitras já se encontravam guardadas para sempre na sacristia e, nunca mais se realizaram procissões como essa.
Através desta descrição, facilmente imaginamos como eram as Festas de Santo António nessa época e, talvez dois ou três séculos antes, por isso, tinham fama por toda a região, incluindo em terras de Espanha, situadas perto da RAIA.
Até à primeira metade do decénio de 1960, as Festas de Santo António continuaram a realizar-se junto à Igreja Paroquial e, parece que, somente a procissão foi alterada, embora fossem acrescentadas outras diversões como a brincadeira taurina, mas na dita década, devido à emigração dos capelinenses e às queixas da população que, diziam não se sentir bem numa Festa junto ao lugar onde estavam sepultados os seus familiares, a afluência começou a diminuir e, nessa data, as Festas foram suspensas.
Porém, no ano de 1973, as Festas de Santo António voltaram a ser realizadas, mas no Largo de Capelins de Cima, sendo a vacada no curral da Casa Dias, emprestado pelo senhor Chambel e, cerca do ano de 1976 passaram a ser dentro do Monte Grande, já com os programas diferentes, começavam com foguetes e morteiros, lançados, geralmente pelo senhor Salvador do Alandroal que também lançava o fogo de artifício à noite, e com música da banda filarmónica de Redondo ou do Alandroal, que anunciavam a Festa e cumprimentavam a população, tocando pelas ruas da Aldeia e depois tocava na noite do fogo de artifício e acompanhava a procissão de Santo António no dia seguinte, a qual, tinha início com a saída dos Santos de uma casa em Capelins de Cima, para onde eram transportados numa carrinha nos dias anteriores e, em 1973 a procissão seguiu para a Igreja de Santo António pela estrada principal, pelo Monte da Igreja, sendo muito demorada devido à grande distância, pelo que, nos anos seguintes, começou a sair dessa mesma casa em Capelins de Cima e a dar a volta por Capelins de Baixo, ficando Santo António e outros Santos, na dita casa, transformada, provisoriamente em Capela e, mais tarde, quando as Festas começaram a ser realizadas junto ao Centro Cultural, os Santos ficavam na Escola de Instrução Primária durante os dias da Festa.
Importa salientar que, na década de 1980, as Festas de Santo António, ainda se realizaram, algumas vezes, em Capelins de Baixo.
Devido ao surgimento de novas diversões, de novos horizontes, os programas das Festas foram sendo alterados em relação aos de antigamente, exigindo maiores investimentos, pelo que era feito um peditório porta a porta, não só em Capelins, mas por todas as localidades mais próximas, para garantir a sustentabilidade das despesas.
Desde antigamente, durante as Festas, existia um Bazar onde vendiam rifas numeradas de 1 a 100, depois rodavam duas tômbolas, sendo apurado um número em cada uma e entre as duas ditavam o número premiado, havia outro processo, existia uma tômbola que tinha no seu interior bolas numeradas de 1 a 100, davam à manivela e saia uma bola por um tubo com o número premiado, o Bazar era uma diversão, onde os romeiros além do espírito de ajuda, experimentavam a sua sorte, sendo parte dos prémios as oferendas que os devotos faziam ao seu Santo protetor, como peças de enchidos, queijos, pães caseiros, as fogaças, borregos, cabritos, frangos, garrafas de aniz/escarchado e outras, cujos lucros revertiam para as despesas da Festa.
As Festas, variavelmente eram constituídas por brincadeiras taurinas, tiro ao alvo com espingardas a pressão de ar, tiro aos pratos, corridas de bicicletas, jogos de futebol e outros, atuação de Ranchos Folclóricos, como o das Fazendas de Almeirim, o de Castelo de Vide, este várias vezes e outros, assim como, bailes abrilhantados por grupos musicais com nome na praça e, mais tarde, atuação de outros artistas de música ligeira, por isso, cada Comissão de Festas organizava da forma que achava melhor para a Aldeia, para a população e pelas capacidades financeiras.
A partir da década de 1980/90 as Festas de Santo António, começaram a ser intermitentes, ou seja, foram realizadas alguns anos seguidos, mas por falta de Comissões, por vezes, ficaram suspensas, mas as que se realizaram nas últimas décadas, foram sempre junto ao Centro Cultural, também, pelas condições, visto existir aí um bom recinto para festas e jogos.
Fim
Texto: Correia Manuel
Santo António de Capelins
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