sábado, 15 de novembro de 2014

Das minas Romanas, às minas de Capelins

Das minas Romanas, às minas de Capelins

Como sabemos,  através de vários documentos resultantes de investigações efetuadas, por vários especialistas desta área, a toponímia de Ferreira, deriva da Vila Romana de Ferreira, fundada sobre uma mina de ferro, onde, por complemento, existia uma ferraria (forja), (1) para transformação do ferro, de forma a poder ser transportado para Mérida, capital da Lusitânia, logo, de ferraria passou a Ferreira, há cerca de 2000 anos, sendo esta, a primeira das três "Ferreiras".
Sobre as referidas minas romanas, no local, não se nota que tenham sofrido grande exploração, mas sem um estudo, por quem de direito, nada se pode aferir.
Os povos que se instalaram nesta região, após a queda do Império Romano do ocidente, em 476, principalmente os Visigodos e, os Mouros, parece que, pouco, ou nada, se interessaram por estas minas, nem por outras vizinhas, dedicaram-se mais à agro-pecuária, ficando esta região livre de exploração mineira até ao decénio de 1940.
A partir de 1910, deu-se início à segunda parte da história das minas de Ferreira, às quais, a estas novas, achamos mais justo denominá-las "minas de Capelins", é verdade que, continuam nas herdades da "Defesa de Ferreira" e, no espaço geográfico que constituía a ex-Vila de Ferreira, extinta por Decreto de Novembro de 1836, por isso, obriga-nos a situá-las na Freguesia de Capelins - Santo António, próximas, ou não, da atual, aldeia de Ferreira de Capelins. Assim, estas minas descobertas cerca de 1910, registadas nesse ano, pelos senhores, António Fernandes Palma e António da Luz, são vizinhas das minas romanas, abrangendo uma área mais vasta, embora, na mesma região, produziram vários metais, com mais destaque para o ferro e magnésio ou manganês, este último, existe mais, na área entre o fundo do vale de enxôfre e, o alto da  guarita, onde, na década de 1960, as placas de magnésio, apareciam à superfície nas lavouras mais profundas do trator, conduzido pelo Ti Limpas, (2). 
Como já referimos, estas minas, estiveram em atividade no decénio de 1940 e, cessaram em 1950, deixando, como acontece quase sempre, nestes casos, marcas positivas e negativas. Foi investimento na região, tão importante naquela época, como hoje, mas pouco desenvolvimento e, por fim, deixaram dívidas em salários de vários meses, aos trabalhadores. (2)
(Desenvolvimento em "História das minas Romanas de Ferreira, às minas de Capelins).


(1) Conforme documentos do IGESPAR, existem aqui muitas escórias, que podem comprovar a veracidade dos factos.
(2) Ti Limpas: bom amigo, além de outros dotes, tratorista na herdade "Defesa de Ferreira".
(3) Com a colaboração de dois trabalhadores: um destas minas e outro da herdade "Defesa de Ferreira".

Documento comprovativo da descoberta e registo das minas de Ferreira, em 1910:



Repartição de Minas
______
Éditos
Havendo António Fernandes Palma e António da Luz, requerido o diploma de descobridores legaes da mina de ferro e outros metaes, da Defesa de Ferreira, situada na freguesia de Santo António de Capellins, concelho de Alandroal, districto de Évora, registada por António Fernandes Palma, na Camara Municipal do mesmo concelho em 25 de agosto de 1910, convidam-se, nos termos do artigo 24º do decreto com força de lei de 30 de setembro de 1892, todas as pessoas, a quem a referida concessão possa prejudicar, a apresentar as suas reclamações no Ministerio do Fomento, dentro do prefixo prazo de sessenta dias, contados da publicação d’este édito no Diário do Governo.
 Repartição de Minas, em 24 de agosto de 1911. --- O Engenheiro Chefe da 1ª Secção, servindo de Chefe da Repartição, E. Valerio Villaça.[1]




[1] Diário do Governo Nº 198 – 25 DE AGOSTO DE 1911 – PÁG. 3612.


Mina Romana de Ferreira em Capelins








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