domingo, 7 de junho de 2015

A barca do Porto D' El-Rei (Sinza) em 1500

A barca do Porto D' El-Rei (Sinza) em 1500

Como já aqui referimos, com base em diversos documentos, que sempre existiram barcas no rio Guadiana, para a passagem de pessoas, animais e mercadorias entre as duas margens deste saudoso rio, desde os muçulmanos, que eram senhores de ambas as margens, até aos anos de 1800. Temos mais uma prova dessa realidade, vinda de Espanha, que a seguir se publica em versão integral:

La frontera castellano - poruguesa a finales de la Edade Media.
Los rios en las relaciones comerciales castellano-portuguesas

"Existia una barca que cruzaba el Guadiana entre Terena e Cheles. Su mantenimiento y los rendimientos que se obteníam de ella eram compartidos por el portugués Simão Freire y el castellano Don Francisco, señor de Cheles . El barquero que conducía la barca, era de Cheles, por estar esta localidad más cerca del lugar de la ribera donde estaba el puerto fluvial que se llamaba puerto del Rey, este nombre se debía a que, segun les testigos, antiguamente el puerto y los derechos de la barca habian pertencido a los reys de Portugal.
- O dicto Symam Freire e o senhor de Cheles que ora he Don Francisco, como em tempo de seus pays e antecessores sempre e agora o dicto Symam Freire e o senhor de Cheles ambos de permeas trazem hua barqua da dicta ribera d' Odiana, a metade do rendymento eh do dicto Symam Freire e a outra metade do senhor de Cheles e ambos fazem a barqua de permeas  e partem o rendymento de permeas.
Esta barqua a traz um barquero que mora em Chelles por rezam que Chelles está muito perto da dicta rybera que he mea legoa pequena, a dicta rybera onde esta a barqua e a desta Villa (Ferreira? Terena?) he boa legoa e mea.
E o lugar a saber, da dyta barqua se chamava antiguamente Porto D' El-Rey porque dyziam os antigos que antygamente o dyto Porto e direitos da dyta barqua e a Deffesa que ora tem Symam Freire que se chama Deffesa D' El-Rey foy tudo antygamente dos Reys de Portugal."
De: "Musulmanes y Cristianos frente al Água en las Ciudades Medievales"
"Demarcações de fronteira de Castro marim a Montalvão"
"Maria Isabel del Val Valdivieso"
Universidade de Castilla - la Mancha. 

"Como sabemos, o português aqui referido é Simão Freire de Andrade, nascido em 1485, filho de João Freire de Andrade, casado com Leonor Henriques, nascida em 1490, sucedeu a seu pai, como 5º Senhor da Casa de Bobadela, da qual fazia parte integrante a Villa de Ferreira, (Vila Defesa, espaço geográfico, não era casario, o casario era no Lugar de Ferreira, nas Neves) e, sendo Vila Defesa, nunca foi Couto de Homiziados. Assim, facilmente se sabe que,  a Vila de Ferreira, cerca de 1500 se designava por Defesa D' El_Rei e, existia uma barca que ligava as duas margens do rio Guadiana no Porto D' El-Rei, atualmente Cinza, pela descrição da sua distância a Cheles, (meia legoa pequena), as despesas e rendimentos dessa barca eram a meias com o senhor das terras de Ferreira, Simão Freire de Andrade e com o Senhor de Cheles Dom Francisco. Também se confirma que, já os os seus pais e antecessores, tinham barcas no rio Guadiana, para trocas comerciais nesta região, como sempre aqui temos divulgado.

Tudo o que aqui publicamos é com base em documentos oficiais, livros, estudos de arqueólogos, que indicamos sempre onde se encontram, ou em narrativas de pessoas de Capelins, que têm a importância que tiverem, mas que receberam as informações, deturpadas, ou não, ao longo das gerações, decerto, sempre com fundo de verdade.
Os 5.000 anos que aqui referimos, é porque os arqueólogos que fizeram o levantamento arqueológico e arquitetónico de Alqueva e outros, assim o dizem, e não duvidamos desses especialistas, inclusivé, quanto aos prováveis períodos a que pertencem as pinturas rupestres do Vale do Guadiana, em Azenhas D' El-Rei, Moinhola e outros locais da Freguesia de Capelins.
Não nos consideramos Xicos espertos, nem mais sabedores do que outros, porque, apenas nos limitamos a pesquisar e dar a conhecer a quem estiver interessado, o que outras pessoas já escreveram e estudaram sobre o passado de Capelins. 
Há dois anos que o fazemos de livre vontade, com ajuda de amigos e pesquisando por onde nos é possível, milhares de horas, sem dar quase nada, mas não desistimos, em memória dos nossos antepassados que, nasceram, viveram e morreram nas terras de Capelins, alguns, sem saberem que existia outro Mundo. 
Falar nesses Capelinenses, para nós, é prestar-lhe a nossa singela homenagem! 

Outeiro do Pombo - Local onde estavam as barcas







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