domingo, 16 de julho de 2017

Cruzeiros ou Alminhas, de Capelins

Cruzeiros ou Alminhas, Monumentos Religiosos de Capelins 

O aparecimento do Cruzeiro remonta aos primeiros séculos do cristianismo. Procurou-se cristianizar todos os sítios e monumentos pagãos. A cruz era o símbolo usado para levar a cabo o processo de cristianização.
Com o imperador Constantino a cruz tornou-se no elemento simbólico dos cristãos, por imposição de sua mãe!
A cruz mede, dita e marca os lugares sagrados do verbo e da paz: igrejas, claustros, cemitérios, praças, caminhos, encruzilhadas, espaços sobe os quais aparece a verticalidade e a horizontalidade do mastro, da cruz, imagem adorada de um altar. É a concentração e a difusão, a convergência e a divergência e está relacionada com as quatro estações, com os tetramorfos, com os símbolos dos quatro evangelistas. A cruz é todo um universo de conjugações.
A figura geométrica das duas hastes tornou-se no sinal mais elementar e divulgado da piedade cristã, o mais conhecido do cristianismo, o mais usado nos atos do culto e, mesmo depois da morte, assinala a sepultura de todos aqueles que descansam em Cristo.
Assim, os Cruzeiros surgem ligados à cruz dos cristãos. São símbolos da crença de um povo, marcos apontados à fé dos caminheiros e de todos aqueles que os veneram, marcando a fé dos que os erigiram como promessa.
São padrões por excelência da cristandade. Em terra cristã é símbolo de crença e elemento falante na paisagem humanizada. Vai do interior de povoações até aos píncaros do horizonte, por estradas amplas e caminhos rústicos. Reduzem-se à maior simplicidade de, ou a aprimoram feição artística, de granito rude, ao mármore fino, imagem de Cristo pintada ou esculpida, em alto relevo ou em pleno corpo; ou com figuras complementares.
Os Cruzeiros têm aquela rara e única beleza que a alma lhes dá e os olhos não conseguem vislumbrar e que só a fé faz ver.
Um Cruzeiro é uma cruz de pedra, ou metal, erguida ao ar livre, no adro de igrejas, ou em encruzilhadas, praças, cemitérios ou outro lugar!
Os Cruzeiros representam o espírito popular da devoção religiosa. Contudo, nem sempre esta causa foi determinante para a sua construção, pois muitos serviram para marcar acontecimentos de pendores variados e para proteger contra influências maléficas e feitiçarias os caminhos, as encruzilhadas e os largos das aldeias.
Por trás de cada Cruzeiro existe uma história relacionada com uma situação triste ou dramática, assim como uma profunda devoção.
Nas encruzilhadas das incertezas, por onde um parte e por onde outro vem, está o cruzeiro de pedra, como testemunho das mais íntimas ânsias.
No local onde se cometeu um pecado, onde se adorou um ídolo pagão, onde aconteceu uma tragédia, um assalto, uma morte, edificava-se um cruzeiro.
Marcam, pois, locais de acontecimentos individuais ou públicos, quer históricos, quer religiosos.
Os Cruzeiros que se encontram nos adros das igrejas tinham e têm como fim santificar esses espaços. Para esta santificação são determinantes as procissões que percorrem o perímetro da igreja e dão a volta ao redor do Cruzeiro. 
Os que se localizam nas encruzilhadas tinham como função cristianizar um local entendido como maléfico pelo povo, pois aí realizavam-se rituais pagãos que remontavam ao culto dos Lares Viais.
Os Cruzeiros sagram locais, dominam e protegem os campos. Recordam epidemias, assinalam momentos históricos, pedem orações e sufrágios e servem de padrões paroquiais nos adros das igrejas e capelas.
Constituem óptimos elementos para o estudo das crenças, dos costumes, qualidades e tendências artísticas do povo, nas várias épocas da sua história.
O Cruzeiro é uma forma de oração, um convite à reflexão, como um catecismo de pedra que nos introduz nos permanentes mistérios que movem filósofos, artistas e poetas: o enigma da origem da vida, a morte e o mundo.
Cada Cruzeiro tem uma história muito particular que, em muitos casos, deveria ser incluída nos conjuntos paroquiais, tão pouco estudados: igreja, adro, cemitério, ossário e casa paroquial.
“ O cruzeiro é inseparável da paróquia dos vivos e da paróquia dos mortos”.

Pesquisa na net
Cruzeiros de Capelins, onde atualmente ainda existem 8 






Sem comentários:

Enviar um comentário

Povoado de Miguéns - Capelins - 5.000 anos

  Povoado de Miguéns -  Capelins - 5.000 anos Conforme podemos verificar nos estudos de diversos arqueólogos, já existiam alguns povoados na...